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Raniel abre o jogo sobre superação de problemas com álcool e drogas, complicações da Covid-19 e acidente com filho

Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

Quem vê o camisa 9 do Vasco da atual temporada talvez comente: é um atacante relativamente novo, que foi promissor no início da carreira, mas não se firmou em lugar nenhum e agora tem nova chance em um clube grande. Mas Raniel Santana de Vasconcelos, 25 anos, pernambucano, é protagonista daquelas histórias de superação que beiram a surrealidade e poderiam ser contadas em filme. Em raro relato à The Players Tribune, o atacante abriu o livro de sua vida, contando os problemas do abandono na infância, a superação do álcool e das drogas, as dificuldades de saúde devido a complicações da COVID-19 e as angústias com o acidente do filho.

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A tatuagem que ostenta perto do olho esquerdo, com a data 07/12/2020, representa o dia em que Raniel parou de beber. Jogando no Santos em 2020, ano que julga ter sido o pior da sua vida, Raniel teve uma recaída com a bebida, problema que acompanhou o atacante desde a base no Santa Cruz. Era momento de reclusão devido à pandemia de Covid-19. Um acidente doméstico com o filho Felipe, de nove meses, ao cair na piscina de sua casa, fez o jovem atacante se afundar mais no álcool. O bebê ficou internado por 23 dias na UTI (felizmente, não teve sequelas e se recuperou).

No mesmo ano, e com a volta do futebol, Raniel contraiu Covid-19 e se recuperou, mas, um mês depois, teve complicações decorrentes da doença. Após um jogo fora de casa pela Libertadores, ao acordar no dia seguinte o jogador não conseguia pôr o pé no chão. Diagnosticado com uma trombose aguda, teve de operar imediatamente, com risco de perder a perna.

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Com a cirurgia feita, Raniel voltou a treinar, mas logo sentiu dores devido à trombose. Uma fibrose na perna encurtou o tendão e ele sentiu dores no calcanhar. Teve de operar de novo. O médico chegou a afirmar: “vamos abrir no mesmo lugar. Isso vai arrebentar o músculo e você talvez você não volte a jogar”. Após nove meses, Raniel voltou, mas já não havia espaço no Santos. E aí apareceu o Vasco, com uma ligação pessoal do Zé Ricardo confiando mais uma chance ao jogador.

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Raniel teve seu melhor momento no Cruzeiro anos antes, onde jogou por quatro anos e conquistou duas Copas do Brasil e dois campeonatos mineiros. O clube celeste confiou no jogador, que teve problemas com álcool e drogas na base do Santa Cruz. Aos 17 anos, ele foi pego no antidoping por uso de cocaína e ficou um ano suspenso do clube pernambucano. Teve problemas com álcool na adolescência, o que fez com que o Santinha o obrigasse a morar nas dependências do clube. De infância sofrida, perdeu o pai aos quatro anos de idade e a mãe o abandonou o entregando para uma vizinha, Dione, que o adotou. Perdeu Dione aos sete anos, e foi criado pelos três filhos da mãe adotiva.

Com três gols no início do Carioca e com a nova chance do Vasco, há mais de um ano sem ingerir álcool, Raniel com a cabeça boa pode exercer sua profissão em paz e mostrar o talento que o fez chegar até o gigante da colina.

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