Futebol americano

6 decepções e 6 surpresas da NFL em 2021: quem são e por quê

Foto: Divulgação / Cincinnati Bengals

A temporada de 2021 da NFL foi, sem dúvidas, a mais imprevisível e nivelada dos últimos anos. Surgimento de quarterbacks promissores, ataques explosivos e criativos comandados por mentes jovens, pass rushers e defensive backs cada vez mais utilizados como resposta aos lançamentos pirotécnicos, dinastia dos Patriots diluída, tudo explica o espetáculo que vimos ao longo das últimas 18 semanas.

Naturalmente, todas as temporadas de qualquer esporte têm suas expectativas e previsões, mas que nem sempre são correspondidas. Certas coisas eram certas, como Chiefs e Packers se mantendo no topo por mais um ano, assim como Texans e Giants ‘disputando’ posição mais alta no Draft de 2022. Mas várias expectativas não foram correspondidas, tanto positiva quanto negativamente, e listamos seis equipes para cada categoria:

Ravens e Browns: lesões e contaminações não são desculpas
Dois dos principais favoritos para 2021, os rivais Baltimore Ravens e Cleveland Browns começaram a temporada sob todos os olhares por terem dois quarterbacks que demonstraram seus valores nos playoffs (Lamar Jackson e Baker Mayfield), os dois vencedores mais recentes do Coach of The Year (John Harbaugh e Kevin Stefanski), defesas de elite com bons prospectos vindos do Draft, mas as lesões durante toda a temporada comprometeu o teto real desses times. Os Ravens até chegaram a liderar a AFC, mas terminaram a temporada perdendo os últimos 6 jogos (duas delas por conversões de dois pontos mal sucedidas, erro todo da comissão técnica). Em comparação a outros times que passaram por cima de suas dificuldades, são equipes que decepcionaram sim – mas que podem vir mais fortes para 2022, a depender da boa saúde de seus atletas.

Mesmo com a empolgação, Chargers entregaram só o de sempre
Trazer o coordenador defensivo dos Rams (melhor defesa de 2020), Brandon Staley, para arrumar a bagunça da temporada passada. Draftar um jogador de linha ofensiva na primeira rodada para proteger seu quarterback Justin Herbert, que foi o calouro ofensivo do ano. Começar a temporada vencendo os Chiefs de Mahomes em Kansas City. Não tinha motivos para não se empolgar com o Los Angeles Chargers… Mas em momento algum a equipe foi consistente, coisa que os Chargers sempre deixam a desejar ‘temporada sim, temporada também’. O novo treinador não correspondeu ao conserto defensivo, e seu quarterback não pôde carregar todo o time sozinho. Ficaram a dois segundos dos playoffs, mas a derrota para os Raiders na última semana coroou o que os Chargers entregam desde a época de Philip Rivers: inconsistência.

Mau início de Colts e Dolphins comprometeu mais do que deveria
O início 0-3 de Indianapolis e a varrida sofrida pelos rivais Titans comprometeu o título de divisão dos Colts, que até chegaram bem ao final da temporada na briga pelo Wild Card, mas o atípico (porém amaldiçoado) jogo contra os Jaguars em Jacksonville na última semana decretou o fim de uma temporada que teve tudo para ser melhor. Mesma coisa em Miami, cidade que viu sua franquia ter 7 derrotas consecutivas e, depois, 7 vitórias consecutivas numa mesma temporada (pela primeira vez na liga). Ao contrário dos outros esportes americanas, o calendário da NFL é curto e perder um jogo sequer não está em cogitação para um time que busca playoffs, quanto mais perder 3 ou 7…

‘Wilsondependência’ preocupa para o futuro dos Seahawks
Outra decepção é como o head coach Pete Carroll e o general manager John Schneider implodiram um temido Seattle Seahawks em uma franquia que depende da melhor versão de seu quarterback, Russell Wilson – que pela primeira vez na carreira ficou fora algumas semanas por lesão, e foi nítida a diferença sem ele em campo. Em uma das divisões mais fortes da liga (se não a mais, pois os outros três times se classificaram aos playoffs da NFC), a negligência nos últimos drafts e trocas assustadoras (como duas primeiras rodadas por Jamal Adams) ofuscaram uma perspectiva de um bom futuro ao torcedor dos Hawks. Além da implosão do elenco todo, também podem perder na próxima free agency o seu maior ídolo, que já demonstrou interesse em sair.

+ Veja possíveis destinos para Russell Wilson em 2022

O fenômeno Arizona Cardinals que terminou abaixo do que deveria
Que o começo mais avassalador de 2021 tem nome e ‘sobrenome’ é fato: o Arizona Cardinals foi o último time a perder a invencibilidade (semana 8, contra os Packers) e, até então, parecia ser justo o topo da NFC. Porém, a lesão do quarterback Kyler Murray, mais uma vez mostrando pouca disponibilidade quando é necessário, e de outras peças importantes como o wide receiver DeAndre Hopkins e o pass rusher J.J. Watt acabaram interferindo na queda da segunda metade da temporada, o que levou o Los Angeles Rams a reassumir a divisão e conquista-la. De fato terminou abaixo do que deveria, mas a equipe de Kliff Kingsbury tem a chance de mostrar nos playoffs, frente aos próprios Rams, que a equipe das 7 primeiras semanas ainda existe e deve ser respeitada.

Ascenção de Patriots, Eagles e Raiders: gestão de elenco importa
Bill Belichick assumindo a reconstrução do time que dominou o século em títulos; Nick Sirianni substituindo o ídolo Doug Pederson e com um quarterback pouco estimado; Rich Bisaccia assumindo um elenco após ter treinador demitido por emails discriminatórios e jogador preso por homicídio: o trabalho das comissões técnicas para blindar seus elencos é fundamental e mostra o valor de uma boa gestão de equipe. Pode ser que os Patriots percam o tira teima diante dos rivais Bills, que os Eagles não concretizem a zebra de eliminar os Bucs de Tom Brady, nem que os Raiders vençam fora de casa a maior surpresa da temporada, mas a consistência desses três times e a capacidade de seus jogadores serem resilientes – com e por seus treinadores – já merece destaque positivo e boa perspectiva para a continuidade desses trabalhos.

Precisamos dar atenção ao Tennessee Titans, e não é de hoje
Muito se fala de Colts, Seahawks, Chiefs, Bills, Saints, Rams… e pouco se fala do Tennessee Titans, que derrotou todos eles nesta temporada – e ainda assim segue com desconfianças e questões sobre estarem no topo da conferência. De fato, uma campanha com 12 vitórias e 5 derrotas não foi nada espetacular e avassaladora, mas na tão disputada e canibal AFC de 2021 foi o suficiente. O que anima o torcedor para os playoffs é, para além da folga do Wild Card, a volta do astro running back Derrick Henry e de um possível reencontro com os Chiefs. No Wild Card de 2017, vitória dos Titans em KC; na final da AFC de 2019, derrota – porém com vitória sobre New England, no último jogo de Brady pelos Patriots, e sobre o Baltimore Ravens, que teve um dos melhores times da história e comandado pelo MVP unânime Lamar Jackson; Na temporada regular de 2021, vitória por 27 a 3 e confiança reestabelecida para o matchup (que é extremamente favorável ao ataque terrestre). Tudo pode acontecer em playoffs de eliminação simples, mas o respeito que o Tennessee Titans merece vai muito além de uma temporada que já é fantástica independente do desfecho.

Bengals e o improvável porém justificável domínio na AFC Norte
Por fim, a maior surpresa da temporada tem nome, sobrenome e uma dupla que incendiou a temporada como nos tempos de College. O Cincinnati Bengals do quarterback Joe Burrow e do recebedor calouro Ja’Marr Chase chocaram a todos com o improvável título da AFC North. Todos os outros 7 campeões de divisão eram previsíveis/’apostáveis’, mas os Bengals – até por conta das duas últimas temporadas – eram tratados antes da temporada como saco de pancadas, absolutamente normal em uma divisão que levou os outros três times aos playoffs anteriores. Mas além do título de divisão, os Bengals varreram as potências Steelers e Ravens (que raramente são varridos na divisão, e quando são é entre eles) e legitimaram o draft de Chase, principal alvo de Burrow também em LSU. O sonho do inédito Super Bowl talvez não venha para essa temporada – o importante é, ao menos, vencer um jogo de playoff pela primeira vez desde 1990 – mas o futuro dos Bengals é muito mais promissor por terem acertado nas escolhas do quarterback e de suas armas ofensivas.

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Confira a tabela da Rodada de Wild Card deste final de semana (todos no horário de Brasília, com transmissão da ESPN e com cobertura do Esporte News Mundo):
– Sábado, 15/01: Las Vegas Raiders vs Cincinnati Bengals, às 18h30
– Sábado, 15/01: New England Patriots vs Buffalo Bills, às 22h15
– Domingo, 16/01: Philadelphia Eagles vs Tampa Bay Buccaneers, às 15h
– Domingo, 16/01: San Francisco 49ers vs Dallas Cowboys, às 18h30
– Domingo, 16/01: Pittsburgh Steelers vs Kansas City Chiefs, às 22h15
– Segunda-feira, 17/01: Arizona Cardinals vs Los Angeles Rams, às 22h15
Folgam na rodada Green Bay Packers (1º da NFC) e Tennessee Titans (1º da AFC)

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