Sebastião Arcanjo durante entrevista coletiva de 45 minutos nesta quinta-feira pela manhã, foi questionado a respeito da denúncia de assédio moral e sexual contra Rogério Caboclo, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O mandatário máximo da Ponte Preta adotou cautela em realizar qualquer tipo de crítica ao profissional, porém garantir estar atento aos desdobramentos das apurações.
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“Eu queria agradecer a tua pergunta, porque é uma oportunidade que tenho aqui para reforçar algumas convicções. Entre as minhas convicções, também está aquela de que as pessoas, quando são acusadas, têm o direito a ampla defesa. A gente já vivenciou, no Brasil, massacres de pessoas, seja no mundo público ou privado. Tem um caso importante aqui em São Paulo da Escola de Base, famosíssima por isso. As pessoas foram praticamente expostas e tiveram os seus negócios comprometidos. Depois, provou-se que as acusações não eram verdadeiras. Então eu acho que tem que analisar todo esse contexto, assegurar o amplo direito de defesa, porque nós estamos vivendo no estado democrático de direito, e aplicar as medidas legais que forem cabíveis no caso específico que veio à tona, sobretudo no último final de semana”, afirmou.
“Internamente, adotas os mecanismos que forem necessários, seja para mantê-lo no cargo, se for comprovado que as denúncias não eram verdadeiras. Se comprovadas as denúncias e a seriedade delas, é adotar as medidas e, obviamente, a medida passa, se eu não enganado aqui, pelo afastamento do presidente. Eu acho é isso que nós temos que… não só a Ponte Preta, mas os clubes de uma maneira geral e a sociedade brasileiro esperam da CBF. Eu acho que esses assuntos são temas que, muitas vezes, as pessoas me criticam, por dizer que são estranhos ao futebol”, prosseguiu.
“Quando a gente fala de machismo, de sexismo e de violência contra a população negra… de novo, mais uma mulher negra assassinada covardemente pela polícia no Rio de Janeiro. Quando a gente fala de homofobia e quando a gente fala de racismo, eu acho que é um recado que a sociedade brasileira está dando. O campo é fundamental. O campo é importante. É essa a razão de a gente estar, mas nós já estamos, graças a Deus, superando essa fase do vale tudo para ganhar ou do vale tudo, muitas vezes, para se dar bem”, completou.
MAIS
Tiãozinho, presidente da Macaca, defendeu maior espaço para mulher no mercado de trabalho e revelou reunião com os clubes da primeira divisão do Campeonato Paulista para debater a respeito deste assunto que mexeu nos bastidores da CBF.
“Seria uma incoerência da minha parte, depois de ter feito essas considerações aqui acerca da presença da Isabella e da Thaís aqui na nossa coletiva… a minha história de vida e o meu compromisso no combate a qualquer tipo de discriminação e preconceito é um compromisso ético meu. Eu vou carregar isso por toda a minha vida e vou poder e quero lutar por isso e pela igualdade direitos. Diante de uma acusação dessa (Rogério Caboclo), eu não posso me silenciar. Nós fizemos uma reunião dos clubes paulistas na segunda-feira e aprovamos, por consenso, uma nota no sentindo de que nós estamos acompanhando os desdobramentos dos fatos. Nós prezamos pelo respeito à diversidade. No ambiente de trabalho, não pode conter nenhuma prática de assédio moral e sexual. Tudo isso é condenável em qualquer lugar do mundo”, defendeu.
“Há uma investigação em curso na CBF. Nós também não podemos partir do pressuposto de que o presidente… ele tem o teu direito sagrado de ampla defesa e de apresentar a tua versão e a tua narrativa sobre os fatos ocorridos. Os próprios patrocinados estão também exigindo uma apuração. Então essa é uma posição que não é mais da Ponte Preta. É dos clubes de São Paulo após acordo em reunião da Federação Paulista. Nós estamos vendo com preocupação. Nós estamos diante de uma competição que há muito questionamento se ela deveria ou não estar acontecendo nesse momento aqui no Brasil em razão da pandemia”, continuou.
“Eu, pessoalmente, compartilho dessa visão, mas nós estamos acompanhando. Eu diria para vocês que os 16 clubes da divisão especial paulista estão acompanhando, junto com a Federação, os desdobramentos dos fatos, até porque a Federação Paulista tem muito peso nas decisões dentro da CBF. Nós esperamos que, em um curto espaço de tempo, a CBF, através da comissão que está apurando os fatos, possa nos dar uma resposta”, finalizou.
EM CAMPO
Com um ponto conquistado em duas rodadas, Ponte Preta volta a campo na Série B do Campeonato Brasileiro nesta sexta-feira, 11 de junho, diante do Sampaio Corrêa, no Estádio Castelão, em São Luís, às 19h.
Caso nenhum imprevisto aconteça, Macaca vai repetir a escalação do empate diante do Vasco da Gama – veja o time aqui.
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