O Cruzeiro está próximo de se classificar para as semifinais do Campeonato Mineiro. Algo que foi natural para o clube durante toda a sua história no estadual, se tornou um objetivo importante para a temporada, após a ausência na fase final do torneio em 2020. Apesar de depender apenas de si mesmo para ficar entre os quatro melhores, preocupa o baixo número de gols da equipe celeste na competição, apenas oito marcados em 10 partidas, o quarto pior da competição que conta com nove times de investimento muito inferior a Raposa.
Atualmente, o Cruzeiro conta com quatro atacantes centrais em seu elenco, o titular, Rafael Sóbis, que não é um homem de referência e sai bastante da área, os centroavantes Marcelo Moreno e Thiago, e o jovem Zé Eduardo, até então de fora da temporada por uma alteração em seus exames cardíacos. Destes, Sóbis e Moreno marcaram um gol cada, na temporada. Ambos de bola parada.
Essa situação acentua uma necessidade vista no time celeste desde o ano passado, de um atacante “matador”, que vá entregar um bom número de gols na temporada e resolver jogos difíceis ou truncados. Para se ter ideia, o artilheiro do Cruzeiro em 2020, Rafael Sóbis, marcou seis gols. Marcelo Moreno e Thiago fizeram três cada. O vice-artilheiro foi o zagueiro Manoel, com cinco.
Impacto na Série B
Décimo primeiro colocado na Série B 2020, o Cruzeiro foi o oitavo pior ataque da competição, número ruim que se torna ainda pior se pensarmos que por ser um time grande, muitos adversários adotam postura reativa ao enfrentar a Raposa, o que torna mais importante a presença de um atleta que entregará gols.
Façamos um exercício de suposição: o Cruzeiro precisava de mais 13 pontos para conseguir o acesso à Série A na última temporada, o que seriam mais quatro vitórias e um empate. Por outro lado, o clube mineiro foi o quarto que mais empatou na Série B. Um atacante que entregasse um número razoável de gols por temporada podia ter resolvido essa situação com três ou quatro gols que evitassem derrotas por um gol de diferença ou transformasse empates em vitórias simples.
Num campeonato tão físico e disputado como a Série B, é muito importante ter alguém que faça gols regularmente, que incomode a defesa adversária e que abra espaços para os jogadores de trás, ainda mais num time como o Cruzeiro, que possui jogadores de boa ou razoável finalização, mas que jogam um pouco longe do gol, como o caso de Rafael Sóbis e William Pottker.
E no Campeonato Mineiro de 2021, isso tem voltado a acontecer. Por muitas vezes o time celeste domina os jogos, cria, mas peca na hora de finalizar, no posicionamento e em demais fundamentos que englobam o momento de balançar as redes.
Opções de elenco
Já citamos as opções para o ataque do Cruzeiro e hoje, enxergo-as como insuficientes para tornar o time realmente perigoso para o adversário no momento de conclusão dos ataques. Rafael Sóbis desempenha um bom papel no time e é um dos atletas mais importantes, mas muitas vezes sai da área para ajudar na criação e abrir espaços para os companheiros, além de ter atuado como um legítimo “nove” em poucos momentos de sua carreira. Outro ponto é que nem sempre o atual camisa 10 celeste consegue jogar os noventa minutos, por já ser um veterano.
Um dos atletas mais badalados do elenco do Cruzeiro, Marcelo Moreno talvez seja também a maior decepção, dentro das quatro linhas, dos últimos tempos. Após chegar com pompa, o jogador não conseguiu desempenhar um bom futebol e marcou míseros quatro gols em 37 jogos, sendo dois deles de pênalti e dois de cabeça, sem nem conseguir balançar as redes com o pés em momentos de bola rolando. Muitos torcedores creditam essa situação a “bola não chegar”, mas o que se vê quando o camisa 9 entra em campo é um jogador que parece estar num nível bem abaixo do necessário. Seu desaparecimento do time titular é triste, mas justo.
Thiago, por sua vez, é um jogador ainda jovem e que não era protagonista nem nas categorias de base, onde a estrela principal era seu companheiro de ataque, Vinícius Popó. Apesar de balançar as redes em algumas oportunidades, o atacante não agradou tanto e deve ser emprestado.
O outro nome, Zé Eduardo, ainda é uma incógnita, pela falta de oportunidades. Por não se saber como realmente joga, pela sua baixa experiência no futebol em níveis elevados, além da incerteza em relação a alteração cardíaca que o tirou da temporada do Cruzeiro até aqui, é muito arriscado apostar nele como esperança de gols.
Necessidade
Por todas as situações apresentadas, enxergo a posição de centroavante como a grande carência do elenco do Cruzeiro, principalmente com aa contratações de Rômulo e Yeison Guzmán, dos quais espera-se a resolução dos problemas de criação. Mesmo dominando os jogos e criando mais que os adversários em 2021, o time celeste tem menos gols que jogos na temporada e conseguir boa colocação numa Série B com números ofensivos tão baixos é uma tarefa bem improvável.
O que pode trazer algum alento ao torcedor celeste é que o diretor de futebol do Cruzeiro, André Mazzuco, afirmou que o clube vem monitorando o mercado e as principais carências do elenco e deve ser reforçar até o início da Série B. Imagina-se e espera-se que um centroavante esteja no pacote.
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