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Análise: Porque o sistema de rotatividade de Renato Gaúcho pode funcionar no Flamengo

Renato Gaúcho comanda treino no Flamengo
Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

O Flamengo jogará diante do ABC nesta quinta-feira (5) com um time alternativo, após vencer o primeiro jogo por 6 a 0 dentro de casa, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Renato Gaúcho se notabilizou no Grêmio por fazer uma grande rotação no elenco, dando oportunidade a todos os jogadores e chegando a priorizar algumas competições. No Flamengo, a torcida não parece aceitar esse sistema, desde a era Dome. Mas sob Renato, ele pode funcionar, eis o porquê:

Quando assumiu o Grêmio, lá em 2016, Renato tinha a missão de conquistar títulos, algo que Roger Machado, seu predecessor, não conseguiu. O elenco do Grêmio contava com muitos jogadores desacreditados pela torcida, como Cortês, Edilson, Fernandinho, Cícero, Bressan, Jael…

Porém, foi com esse elenco que conseguiu conquistar a Libertadores de 2017, derrotando o time argentino Lanús na grande final. O grande mérito de Renato nessa campanha e nos quatro anos em que comandou o Grêmio foi sua capacidade de fazer jogadores desacreditados jogarem um bom futebol e serem agraciados novamente pela torcida.

Sob o seu comando, esses jogadores deram a volta por cima e se tornaram fundamentais na sequência de títulos conquistados pelo Tricolor. Mas o que isso tem a ver com o Flamengo de agora?

Antes de Renato chegar ao Flamengo, Rogério Ceni teve vários desfalques durante muitos jogos, por conta das convocações para as seleções principal e olímpica. Porém, mesmo com os desfalques, não foi perdoado pelos maus resultados e também pela forma que geria o grupo, sendo criticado por todos os lados.

As maiores críticas caíam sobre os meias Vitinho e Michael e sobre os zagueiros Gustavo Henrique e Léo Pereira, que, desde que chegaram ao Flamengo, não conseguiram demonstrar todo o seu potencial. Após muito desgaste, Rogério foi demitido na madrugada do dia 10 de julho.

Então entra Renato, que logo de cara já faz uma mudança que mexeu no espírito do time: tirou Arão da zaga e o colocou de novo no meio campo, dando voto de confiança justamente aos criticados Gustavo Henrique e Léo Pereira. Com o camisa 5 de volta como volante, Gustavo voltou ao time titular e, com a confiança do treinador, vem evoluindo a cada jogo que faz.

Na frente, Michael e Vitinho têm entrado no segundo tempo de praticamente todos os jogos e contribuído positivamente. Renato, mais uma vez, mostra que um dos seus maiores talentos como treinador é o controle do grupo. Ele consegue obter o melhor de jogadores contestados ao lhes dar oportunidades em campo, regados de muita confiança.

No entanto, o torcedor do Flamengo quer títulos. E para vencê-los, é preciso ir com força máxima sempre. Mas será que isso é verdade? Jogadores para atuarem em alto nível precisam estar em ritmo de jogo. Somente assim conseguem ultrapassar as expectativas, quando chamados de última hora.

Renato, do mesmo jeito que consegue gerir seu grupo de jogadores, tem que dar um jeito de gerir também a torcida. Certamente não poderá fazer como no Grêmio, onde escalava um time inteiro reserva em partidas do Campeonato Brasileiro. Porém, pode sim intercalar jogadores reservas e titulares, aumentando assim a confiança de quem joga menos e alcançando sempre o melhor que cada atleta pode dar, já que estarão sempre em ritmo de jogo.

Foi dessa forma que os perseguidos do Grêmio ganharam a Libertadores. Por que não pode acontecer o mesmo no Rubro-Negro?

Flamengo e ABC se enfrentam nesta quinta-feira (5), às 21h30 (Brasília), na Arena das Dunas, em Natal, pelo segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. Na ida, a equipe carioca venceu por 6 a 0, no Maracanã.

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