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Após vitória, Lisca credita os jogadores: ‘O destaque hoje foi o grupo, foram todos os jogadores’

Lisca em entrevista coletiva após a vitória sobre a Ponte Preta - FOTO: Reprodução Internet

Após vitória de hoje (29) por 2 a 0 sobre a Ponte Preta, em São Januário, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, o treinador Lisca concedeu entrevista coletiva ainda no estádio.

O comandante teve uma semana inteira livre para treinar a equipe e conseguiu dar uma identidade para o Vasco com algumas inovações táticas e teve influência direta no resultado de hoje. Com as mudanças, Andrey teve mais liberdade para atacar e fez o primeiro gol, e Caio Lopes, que tem a confiança de Lisca, recebeu mais uma oportunidade no time titular, fez um ótimo jogo e foi coroado com um belo gol.

O ESPORTE NEWS MUNDO questionou o treinador sobre a estratégia tática inovadora que ele adotou para o jogo de hoje que o lateral Zeca virava um homem de meio-campo com a bola, liberando o Andrey para chegar ao ataque, que foi quem fez o primeiro gol do jogo, e também se Licas se sentia um destaque do jogo, confira o que disse o comandante:

– Não me sinto destaque de jeito nenhum, até porque todas decisões são tomadas em conjunto. A gente já trabalhava assim em algumas situações no América-MG fazendo o nosso lateral entrar por dentro. Se vocês repararem bem, eu nem ia falar, mas vou falar, o segundo tempo contra o Operário foi isso que nós fizemos. As pessoas falaram ‘Ah o Lisca falou pouco’, mas o time melhorou demais, nós tivemos quase 80% de posse de bola contra o Operário. Ontem nós vimos o compacto (do jogo). Eu sempre mostro para os jogadores, na câmera aberta, os pontos fracos, os pontos fortes, críticas sempre construtivas e quando terminaram os lances eu falei: ‘Galera, 2 a 0 para o Operário. Foi condizente com o que a gente apresentou?’ Cara no segundo tempo foi um massacre. A bola não entrou. O Morato foi muito assertivo com o Zeca e com o Marquinhos Gabriel. Lá (contra o Operário) nós já utilizamos essa estratégia e crescemos demais. E hoje nós decidimos seguir ela.

– Mas é uma estratégia que a gente bolou durante a semana e o Zeca nos dá essa possibilidade. É um jogador que gosta de construir por dentro também. E é difícil você construir por dentro e marcar por fora, quando você perde a bola, na linha de quatro. Então, eu acho que quem pode ser considerado destaque, para a gente poder ter essa alternância de sistema, é o Zeca.

– E o destaque eu acho que hoje foi o grupo, foram todos os jogadores. Coletivamente fomos muito fortes. E a assertividade da comissão técnica, de todos. Belo trabalho que a gente fez na semana, entrosamos bem com o Daniel Felix, que é o nosso preparador, conseguimos nos aproximar mais e ele nos falou mais sobre o trabalho, o que que ele pensava em desenvolver, porque não tínhamos tempo para isso. Fizemos um excelente trabalho de força na quarta ou quinta-feira, dando uma ‘beliscada’ nos aspectos físicos que os jogadores há muito tempo não podiam fazer pelo calendário, então conseguimos equacionar bem a carga de trabalho e o mais importante, os jogadores acreditarem na estratégia e cumprirem ela. Então o destaque, para mim, é do clube todo e principalmente dos jogadores que executam a estratégia que a gente planeja.

OUTRAS RESPOSTAS DO TREINADOR

Lideranças da equipe

– Depois de três derrotas, claro que você faz uma imersão. Foi muita conversa, conversei com alguns jogadores individualmente, com algumas lideranças. Solicitei a eles que precisavam falar. O Andrey se colocou muito bem, aquela entrevista foi ótima, ele assumiu a vergonha na cara, o sentimento de todo torcedor vascaíno. Ele é torcedor, formado aqui dentro. Vanderlei, Zeca, Cano, Andrey… o Castan, que é o nosso líder máximo. Muda o treino, o ambiente com ele é um e sem ele é outro, tem foco, liderança, coragem, confiança e acredita no time do Vasco. O Castan não deixa a desconfiança entrar. Morato, Rômulo, um pouco mais quieto, mas é uma liderança pelo exemplo, pela postura. Eu fomentei isso essa semana. É importante que essas lideranças apareçam e os jogadores assumam suas responsabilidades. Esses dois (Andrey e Caio Lopes) estão muito acostumados com isso.

Reforços

– Vamos melhorar (com reforços), o Pássaro está muito ativo nisso. isso é uma coisa que todos os clubes estão fazendo. É um momento de reavaliação do trabalho, de agregar. Obviamente que eu conto com reforços, e é isso que o Vasco vai fazer. Precisamos de um pouco mais de maturidade, um pouco mais de opções no setor defensivo principalmente, mas sem terra arrasada e sem desvalorizar nossos jogadores. Para o momento do Vasco, quando mais opções melhor para todo mundo, até para os próprios jogadores. São dois ou três que devem chegar em breve. Não é fácil reforçar nesse momento, com notícias de penhora e tal.

Pontuação para o acesso

– Acho que vai dar uma baixada na pontuação (para o acesso), esse ano está muito parelho. No ano passado alguns dispararam. Estamos pensando, sim, nos 64, mas talvez aconteça com 62. Mas isso é mais para a frente, é uma suposição. O que fica são as lições dentro da própria competição, o altos e baixos, embora ainda não tenhamos vivido o alto, só baixos e médios. Contra o Londrina, a gente entrou no G-4, mas rapidamente a coisa virou. Depois ainda perdemos para o Operário, então essas lições ficam forte para a gente. Não podemos relaxar em nenhum momento. Fui assertivo para essa partida, tínhamos que errar menos individualmente. Temos que melhorar nosso desempenho fora também. Enfim, sabemos onde precisamos melhorar, o que precisamos melhorar.

Andrey e Caio Lopes

– O Andrey é um cara que chega muito, bate de média distância. Ele pode ainda agredir mais o fundo, a linha dos caras. A gente estava tocando demais, mas agredindo pouco a linha. Tem que deixar os caras desconfortáveis. O Cano, hoje, fez um grande pivô no primeiro gol. Nós chegamos muito no primeiro tempo e podíamos ter feito mais gols. O Andrey estava jogando mais atrás, de primeiro volante. E o Caio jogava nessa função já há dois, três anos. Conversei demais com ele, ele tem uma personalidade muito grande. Não sei se vocês sabem, mas a mãe do Caio era atleta de vôlei, jogou muito tempo na Alemanha. O pai dele é alemão. Ele está muito engajado no processo do Vasco da Gama. É um jogador que muitos clubes querem, e nós gostaríamos muito que o clube conseguisse o acesso e ele pudesse jogar uma nova Série A. Gostei demais da postura dos dois, como eles se expressaram para o grupo e para nós da comissão técnica. Queria parabenizar os dois. Um gol de cada um, as coisas não acontecem por acaso. São dois caras que eu tenho a máxima confiança.

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