Cain Velásquez mais uma vez não conseguiu uma chance de deixar a prisão e esperar o julgamento de seu caso em liberdade. O ex-campeão dos pesos-pesados do UFC teve mais um pedido de fiança negado em audiência nesta segunda-feira (16).
A juíza Sheylna Brown indeferiu pela segunda vez um pedido de fiança feito pelo advogado do lutar, Mark Geragos. No pedido, era firmado que o ex-campeão do Ultimate deveria ter uma fiança estipulada em US$ 1 milhão (pouco mais de R$ 5 milhões) para poder ficar em liberdade vigiada, com uso de tornozeleira eletrônica e proibido de deixar sua residência, de acordo com o MMAFighting.
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Também no pedido, consta que Velásquez teria uma pessoa ao seu lado para cuidar de seu comportamento assim que fosse posto em liberdade. Mas a juíza recusou o pedido afirmando que o ex-UFC teria ‘agido sem consequências por outras vidas humanas’.
O ex-campeão do UFC segue preso por conta da perseguição e tentativa de homícidio a Harry Goularte, que é acusado de ter molestado sexualmente um parente próximo do lutador. Cain Velásquez atirou contra o carro em que estava o suspeito de abuso sexual e familiares, atingindo o padrasto deste, Paul Bender, com dois tiros.
Bender esteve presente na audiência e informou que um dos tiros atingiu a artéria braquial e também não poder mais movimentar três dedos de uma das mãos, ficando impossibilitado de trabalhar. O padrasto de Goularte fez um pedido para que o lutador fosse mantido sob custódia dizendo temer que algo aconteça com o enteado se o ex-UFC por liberado.
– Ele não tem respeito algum pela vida humana. Ele não se importa com a lei e, se liberado, vai querer terminar o que começou – disse Bender
A defesa de Velásquez apontou como motivador para o ataque contra o carro em que estava o suspeito de abuso pode ter sido algo relacionado ao impacto sofrido pelo cérebro durante toda sua carreira nas lutas e citou que seu cliente pode ter tido lesões cerebrais traumáticas, como a encefalopatia traumática crônica (CTE, na sigla em inglês), que tem sido associada a muitos esportes que envolvam traumas na cabeça.
Na alegação de Shelyna Brown, não foram verificadas alterações nas condições mentais do lutador que justificassem isso para tentar a fiança, O promotor do caso, Aaron French, também citou o ‘temor’ de que réu possa tentar novamente buscar um ataque a Goularte como forma de ‘vingar’ o parente da soltura deste, ordenada pela Justiça da Califórnia,
No próximo dia 10, Cain Velásquez comparecerá a uma nova audiência, desta vez para se buscar a possibilidade de um acordo judicial. A pena se for condenado de todas as acusações pode envolver até mesmo prisão perpétua.