Nos últimos dias, o Esporte News Mundo vem trazendo reportagens para relembrar e atualizar a situação do Internacional antes da parada do futebol. Após o sistema defensivo (goleiros, zagueiros e laterais) é a vez do setor de meio-campo ser abordado. Após uma análise dos volantes, nesta terça-feira (14) os atletas observados serão os meias armadores.
Adepto de uma variação do esquema 4-1-3-2, Eduardo Coudet dificilmente utiliza em suas equipes um “camisa 10 clássico”. O homem que atua por dentro, nessa formação, geralmente é um volante que tenha velocidade e boa chegada na área, como Edenílson. Graças a isso, os meias do Beira-Rio estão tendo que se reinventar, seja para jogarem como segundo atacantes ou como alas.
D’Alessandro
Ídolo histórico do clube e jogador do Internacional desde 2008, tendo saído em 2016 e voltado, D’Alessandro é um dos que mais sofre com as mudanças. Mesmo sendo amigo de longa data do treinador, o meia e Coudet começaram uma relação quando jovens no River Plate, o jogador está sendo bastante exigido pelo comandante. O camisa 10 não está mais atuando por dentro, como era com Odair Hellmann, e sim como segundo homem no ataque, o que limita sua área de atuação. Além disso, graças a seus 39 anos, não consegue impor a pressão constante na zaga adversária pedida pelo técnico.
Mesmo com tamanhas dificuldades no novo esquema tático, a qualidade do argentino é indiscutível. Ele atuou em 9 das 15 partidas no ano, marcando 2 gols e assistindo seus colegas em 3 oportunidades. Apesar dos bons números, viu seu lugar no time começar a ser perdido quando foi expulso contra o Tolima, na terceira fase da Libertadores. O jogo seguinte, sem o meia, foi a melhor atuação do colorado na temporada. Uma vitória, por 3 a 0 contra o Universidade Católica, mostrou que a equipe ficava mais dinâmica e veloz sem D’Alessandro. Sua titularidade, ou não, no retorno do futebol ainda é uma incógnita.
Meias pelos lados
Com características claras para a armação, três meias passaram a ser mais utilizados pelos lados de campo, por Eduardo Coudet. Titular indiscutível, Gabriel Boschilia, contratado no início da temporada, vem atuando pelas laterais ofensivas e se movimentando bastante. Com um gol e uma assistência em 2020, o jogador vestiu o uniforme e participou do jogo em 10 oportunidades. Suas trocas de lado com Marcos Guilherme, além de um ótimo entrosamento com Guerrero, já o elevaram a posição de insubstituível. Apesar disso, sua grande apresentação este ano ficou manchada por problemas de finalização. No Gre-Nal da Libertadores, esteve cara-a-cara com Vanderlei em duas oportunidades e desperdiçou.
O outro meio-campista argentino do elenco, Sarrafiore, também aparenta estar sofrendo com as mudanças de posicionamento. Jogador com bom chute de média e longa distância, o jogador não vinha conseguindo finalizar enquanto atuava como segundo atacante, ao lado de Guerrero. Com isso, Coudet o testou pelos lados, sem resultado positivo. Com o Inter observando o mercado Internacional como uma boa fonte de jogadores, Sarrafiore deve perder espaço caso uma contratação para a função seja concluída.
Capitão colorado na conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano, a participação do meia Cesinha ainda causa dúvidas. Com contrato de empréstimo se encerrando ao fim da temporada e na expectativa de renovação, o jogador ainda tenta se encaixar nos treinamentos. Dependendo muito dos jogadores disponíveis, ás vezes surge como ala e ás vezes como segundo atacante. Chegou a ser testado, em treinos, como volante pelo meio, mas não rendeu o esperado.
Meias ou Volantes?
Dois jovens, que subiram de categoria nesta temporada, ainda levantam dúvidas quanto a posição em que melhor rendem. Com dupla-nacionalidade, o jovem Johnny é constantemente chamado para as seleções de base dos Estados Unidos. Por lá, costuma atuar como um meia armador, um camisa 10. Mas isto não ocorre no Beira-Rio. Com Eduardo Coudet, o jovem recebeu a função de volante. Tendo, inclusive, jogado como primeiro homem, entre os zagueiros do Inter, em uma disputa pelo Gauchão. Pode receber mais chances, mas parece estar atrás de Edenílson, Nonato e Praxedes na hierarquia do treinador.
Recém elevado ao time profissional, o jovem Lucas Ramos, de 19 anos, é uma grande promessa colorada. Durante seus anos na base, variou entre as posições de meia e de segundo volante. Foi reserva de Praxedes no título da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2020. A partir disso, é possível supor que, dificilmente, atuará nesta temporada. Subiu para realizar treinamentos e, provavelmente, retornará ao time sub-23 na sequência.
No ano, o Internacional disputou 15 partidas. Foram nove vitórias, cinco empates e apenas uma derrota. São 23 gols marcados e apenas sete sofridos. O aproveitamento é de 71,1%.
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