A pista de Jeddah recebeu muitos elogios dos pilotos após as primeiras sessões de treino, com muitos falando em “alta velocidade”, “dirigindo no limite”, entre outras características do traçado estreante. No entanto, para George Russell, a corrida deste domingo, 5, mostrou algumas falhas do estreito circuito.
O britânico da Williams foi atingido por Nikita Mazepin, da Haas, na 15ª volta, das 50 disputadas. O acidente foi logo depois da relargada, causada por um acidente de Mick Schumacher, a outra Haas, que bateu no muro. Após as primeiras curvas, Russell desacelerou para evitar bater nos carros a frente, e o russo não teve tempo de reação ou espaço para desviar.
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Apesar de, felizmente, nenhum dos acidentes ter resultado em lesões sérias dos pilotos, o número 63 do grid diz não estar surpreso com a quantidade de colisões, numa corrida marcada por interrupções e safety cars virtuais:
— Parecia muito inevitável. Você passa pela curva 2 que é bem larga e aberta, os carros podem ir lado a lado, e então afunila e começa a ficar apertado muito rápido. [No acidente] Eu passei por uma curva cega, tinha carros por todo lado, eu desacelerei e fui completamente atingido por trás. Então, muito a aprender para o automobilismo nesse fim de semana, porque acredito que é um circuito estimulante e emocionante de dirigir, mas falta muito nas perspectivas da segurança e da corrida.
Ainda em entrevista, Russell espera que a FIA, após as próximas visitas no circuito da Arábia Saudita, considere junto ao evento mudanças no traçado para evitar “acidentes desnecessários”:
— Havia incidentes desnecessários esperando para acontecer em todos essas curvas cegas, que nem chegam a ser curvas num carro de Fórmula 1, mas oferecem um perigo desnecessário. Eu acho que você vive e aprende com essas experiências. Você não pode culpar ninguém de tentar fazer um circuito incrível, e eles acabaram fazendo isso. Mas acho que ninguém antecipou o que poderia acontecer nessas curvas cegas.
— Na minha opinião, sim, mudanças no circuito são necessárias. Você tem várias dessas pequenas dobras que são completamente desnecessárias. E tudo isso poderia se tornar uma reta da curva 2 para a curva 4 e ser uma reta da curva 17 até a 22. Nós temos cinco curvas, sendo um setor facilmente de pé embaixo, mesmo com o DRS. Não sei quais são as limitações, e isso tem que ser observado. Idealmente, se fosse uma reta, a segurança aumentaria drasticamente. Penso que eles têm recursos pra isso aqui, então não deveria ser uma limitação. Segurança precisa vir primeiro. Se você pode diminuir o perigo drasticamente com poucas mudanças, não precisa nem pensar nisso.
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Os planos para o circuito de Jeddah, na Arábia Saudita, foram apresentados para o público em agosto de 2019 com o objetivo de terem corridas da Fórmula 1 no país. A primeira vez que apareceu no rascunho do calendário de 2021 e apresentado para as equipes do grid foi numa reunião em outubro de 2020. A preocupação com o circuito é de que se a pista ficaria pronta a tempo de sua estreia neste fim de semana, com alguns detalhes sendo finalizados com as equipes já no paddock.
Se a FIA e os sauditas irão alterar alguns fatores no traçado para 2022, ainda não se sabe. No entanto, a pista de Jeddah está marcada para retornar em março do próximo ano, com o fim de semana começando no dia 25, e a corrida no dia 27.