A pandemia impactou negativamente a saúde financeira dos clubes brasileiros. Nesta semana, a Sports Value, empresa especializada em marketing esportivo, divulgou um estudo sobre as finanças dos clubes brasileiros em 2020. Na análise, o São Paulo aparece com um déficit de R$ 130 milhões, além de uma queda considerável na receita total do clube.
Na análise, ficou constatado que o ano de 2020 foi o pior da história em termos financeiros para as equipes brasileiras. Os Top-20 times do Brasil apresentaram déficits conjuntos de mais de R$ 1 bilhão negativos. As receitas dos clubes (quanto arrecadam), por sua vez, caíram em quase 20%.
DÉFICIT FINANCEIRO
No ano passado, o São Paulo apresentou um déficit de aproximadamente R$ 130 milhões. O número, porém, diminuiu em relação a 2019, que acabou com R$ 156 milhões negativos. Em comparativo, o Tricolor Paulista apresentou um superávit em 2018, somando R$ 7,2 milhões positivos.
Clube | 2020 | 2019 | 2018 |
São Paulo | -129,6 | -156,1 | 7,2 |
RECEITAS POR TIME (EM R$ MILHÕES)
Os Top-20 times que geraram a maior receita da história em 2019 – de R$ 6,1 bilhões -, viram o valor cair para R$ 5,1 bilhões em 2020. As receitas que mais sofreram impacto por conta da pandemia foram: direitos de TV, bilheteria, sócio torcedor, patrocínios e transferências.
O São Paulo, por sua vez, arrecadou 10% menos no ano passado, cerca de R$ 40 milhões. Muito se deve a redução de arrecadamento com patrocinadores, fator que deixa o Tricolor fora do Top-10 times que mais arrecadam com anunciantes.
Ranking de clubes 2020 | 2020 | 2019 | Variação (2020-2019) |
1. Flamengo | 668,6 | 950,4 | -30% |
2. Palmeiras | 532,4 | 598,4 | -11% |
3. Corinthians | 474,3 | 426,4 | 11% |
4. Grêmio | 425,7 | 441,7 | -4% |
5. Atlético-MG | 404,4 | 354,1 | 14% |
6. São Paulo | 358,5 | 398,0 | -10% |
7. Athletico-PR | 328,9 | 390,2 | -16% |
8. Internacional | 281,3 | 441,3 | -36% |
9. Santos | 239,8 | 399,8 | -40% |
10. Fluminense | 194,3 | 265,2 | -27% |
11. Vasco | 191,6 | 214,9 | -11% |
12. Botafogo | 166,4 | 213,6 | -22% |
13. Red Bull Bragantino | 145,5 | 39,2 | 271% |
14. Bahia | 130,6 | 189,5 | -31% |
15. Cruzeiro | 123,3 | 289,4 | -57% |
16. Coritiba | 106,8 | 44,1 | 142% |
17. Ceará | 103,2 | 104,9 | -2% |
18. Goiás | 90,3 | 99,3 | -9% |
19. Fortaleza | 86,1 | 120,5 | -29% |
20. Atlético-GO | 51,2 | 19,9 | 158% |
SAÚDE FINANCEIRA DO SÃO PAULO
Um dos grandes desafios para a gestão de Julio Casares é recuperar o Tricolor dos problemas financeiros advindos das últimas administrações do clube. Apesar do déficit ter diminuído, a dívida total do São Paulo aumentou. Em 2020 foi de R$ 575 milhões, um aumento de 14% em relação a 2019, que terminou com pouco mais de R$ 500 milhões em débito.
A dívida manteve o São Paulo dentro do Top-10 clubes mais endividados do Brasil em 2020:
DÍVIDA (EM R$ MILHÕES)
- Atlético-MG – 1.208,5
- Cruzeiro – 962,5
- Corinthians – 949,2
- Botafogo – 946,2
- Internacional – 882,9
- Vasco – 830,6
- Flamengo -680,8
- Fluminense – 649,1
- São Paulo – 575,1
- Palmeiras – 565,2
A dívida do Atlético-MG alcançou a casa do bilhão, segundo aponta o estudo da Sports Value.
GASTOS COM FUTEBOL
Apesar dos pontos negativos, o São Paulo conseguiu abaixar os seus custos com o futebol, parte relacionada aos salários, despesas administrativas, transferência de jogadores e afins. De R$ 423,7 milhões gastos em 2019, o Tricolor conseguiu atingir R$ 332,2 milhões no ano passado – aproximadamente R$ 91,5 milhões economizados.
O Tricolor Paulista não fez grandes investimentos para contratar em 2020. Vale lembrar que Luciano foi o único jogador adquirido na temporada passada, por meio de uma troca de jogadores, não incluindo valores de compra.
Na nova gestão são-paulina, Casares já efetuou a venda do atacante Brenner ao FC Cincinatti, da MLS, por aproximadamente R$ 80 milhões na cotação atual. Apesar de abrir mão do artilheiro do Tricolor na temporada passada, o valor arrecadado com o jovem deve desafogar parte das contas do clube do Morumbi em 2021.
Com mandato até dezembro de 2023, a nova diretoria do São Paulo terá muito trabalho pela frente. A pandemia sem data para acabar se torna um agravante, já que, ao que parece, a atual temporada deve permanecer sem torcida nos estádios, ou seja, mais um ano de receitas reduzidas.
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