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Torcida única em SP: Quando começou, o que a motivou e qual sua verdadeira eficácia?

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Torcedor tentou agredir jogador durante clássico com torcida única entre São Paulo e Palmeiras Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Neste sábado (22), após o incidente ocorrido no clássico entre São Paulo e Palmeiras, pelas semifinais da Copa São Paulo de Futebol Júnior, voltou a discussão entre torcedores sobre a real eficácia da “torcida única”. O jogo em questão teve somente a presença de torcedores do Tricolor, e contou com uma tentativa de agressão de um torcedor a um garoto palmeirense, além da presença de uma faca no gramado.

Nos acréscimos, dois torcedores invadiram o gramado da Arena Barueri e tentaram agredir jogadores do Verdão, que venceu o duelo por 1 a 0. No final, Caio, atleta tricolor, ajudou a tentar conter os revoltados, e a Polícia Militar os retirou do campo. Uma faca também foi encontrada no gramado por um atleta alviverde, e entregue pelo árbitro Matheus Delgado Candançan ao JECRIM (Juizado Especial Criminal) do estádio. Além disso, segundo Delgado, neste momento foram arremessados pedaços de assentos, chinelos e copos plásticos.

Com todas estas cenas de violência e dano ao patrimônio do estádio, além das sempre rotineiras brigas de torcida ocorridas ao redor dos campos, fica a pergunta que muitos torcedores e jornalistas fizeram nas redes sociais após o jogo: “Para que serve, então, a proibição de torcida visitante em clássicos no estado?” Relembre, agora, quando e o porquê desta medida ter sido tomada.

Tudo começou no dia 3 de abril de 2016, um domingo de clássico entre Palmeiras e Corinthians, que ocorreria no Pacaembu, pela 14ª rodada do Campeonato Paulista. Antes da bola rolar, em São Miguel Paulista, zona leste da capital, uma pessoa foi morta durante briga entre palmeirenses e corintianos. Em confrontos antes e após a partida, dezenas de integrantes de torcidas organizadas foram detidos.

No dia seguinte, o Ministério Público pediu à Federação Paulista de Futebol – FPF, organizadora da competição estadual, que determinasse que clássicos ocorressem somente com a presença de uma única torcida nos estádios paulistas. À noite, a FPF acatou a decisão, após uma reunião realizada na Secretaria de Segurança Pública, no centro de São Paulo.

Os clássicos em questão seriam os que envolvessem os clubes Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. A decisão foi anunciada pelo então secretário de segurança pública do estado, Alexandre de Moraes e pelo então promotor do Ministério Público, Paulo Castilho. Apesar das identificações, todos os 57 torcedores detidos antes e depois do clássico foram soltos após prestar depoimento ainda no domingo.

+Confusão em semifinal da Copinha é marcada por faca arremessada ao gramado; FPF e São Paulo se posicionaram lamentando o ocorrido

Paulo Castilho sempre esteve envolvido em decisões sobre brigas de torcida. Em 2018, às vésperas da final do Paulistão entre Palmeiras e Corinthians, em abril, tentou fechar os treinos abertos dos dois times, que ocorreriam nos estádios de ambos. No final, não houve sucesso e os treinos aconteceram. Alexandre de Moraes, hoje, é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) desde 2017.

Desde aquela decisão anunciada pelos dois, nenhum clássico entre os quatro grandes do estado ocorreu com torcida visitante. Somente o time mandante pode vender ingressos e levá-los ao estádio para assistir ao time do coração. Muita gente reclama de não poder acompanhar os duelos, caso seu time seja visitante. No caso, ele acaba sendo obrigado a assistir pela TV.

Porém, durante todo o período, as brigas continuaram, agora principalmente, fora dos estádios. Em 2017, por exemplo, o palmeirense Leandro de Paula Zanho, de 38 anos, morreu após ser esfaqueado por dois corintianos após um Derby, em uma confusão próxima a uma borracharia, na capital paulista.

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Além disso, a segurança dentro dos palcos das partidas sempre são questionadas, pois sempre há agressões e tumultos, como as ocorridas na noite deste sábado em Barueri, em uma competição que sequer envolvia os times profissionais. Assim, em quase seis anos de “torcida única”, fica a dúvida na cabeça de milhares de apaixonados por futebol: “Será que ela, realmente, ajudou a diminuir a violência dentro e fora dos estádios”?

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