Papo com Pimentel

Presidente moderno ou dirigente mão de ferro: quem é Rodolfo Landim?

Rodolfo é o maior entusiasta da volta do Campeonato Carioca

Rodolfo é o maior entusiasta da volta do Campeonato Carioca.

Alexandre Vidal /Flamengo

Autoritário, centralizador, intempestivo, duro, grosso, frio, rápido, prático e cruel foram algumas palavras usadas por dirigentes e funcionários de Rodolfo Landim no Flamengo para descrevê-lo ao Esporte News Mundo. Com o estilo, porém, coleciona mais aliados do que desafetos no clube.

Landim tem o vice-presidente de relações institucionais Luiz Eduardo Baptista, o ‘Bap”, ex-presidente da Sky Brasil, seu parceiro, conselheiro e confidente. Seu maior objetivo é colocar o Flamengo em outro patamar financeiro, estrutural e esportivo. O mandatário rubro-negro sonha em transformar o clube na maior potência da América Latina.

Ele levou para o Flamengo sua experiência no mundo corporativo. Landim é engenheiro, 63 anos e trabalhou 26 anos na Petrobras onde foi funcionário do alto escalão. Saiu da estatal para ser o braço direito de Eike Batista nas empresas MMX, OGX e OSX. Por isso, trata o clube como se fosse uma empresa. Nada é mais importante que lucrar, crescer e expandir a marca.

Internamente, Rodolfo Landim é conhecido por ser radical e firme em suas decisões. Afasta pessoas negativas, escanteia os preguiçosos e frita aqueles que se colocam contra suas ideias. Ele, inclusive, não gosta de perder tempo com longas reuniões e discussões improdutivas. Afinal, assumiu o Flamengo bradando o lema: “o lucro acima de tudo”.

A experiência à frente de grandes corporações transformou Rodolfo Landim em uma máquina de fazer dinheiro. Ele aproveitou o legado financeiro deixado por Eduardo Bandeira de Mello para concentrar seus esforços no futebol rubro-negro que foi motivo de chacota entre os torcedores rivais de 2013 a 2018.

Rodolfo Landim foi o maior entusiasta da contratação de Jorge Jesus
Rodolfo Landim foi o maior entusiasta da ida de Jorge Jesus para o Flamengo
(Foto: Alexandre Vidal /Flamengo)

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Por isso, o dirigente montou um time galáctico onde não poupou esforços para contratar Rafinha, Filipe Luis, Gerson, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa. Além disso, não pensou duas vezes antes de acertar a contratação de Jorge Jesus. Com isso, o Flamengo venceu a Copa Libertadores da América, o Campeonato Brasileiro e o Campeonato Carioca.

Em 2020, Landim voltou a abrir o cofre rubro-negro fechando com Gustavo Henrique, Léo Pereira, Thiago Maia, Michael, Pedro Rocha e Pedro. Com isso, o clube voltou a conquistar mais títulos como a Recopa Sul-Americana e a Supercopa do Brasil. Mas o dirigente não está satisfeito. Por isso, deseja o Mundial, a Libertadores, o Brasileiro, a Copa do Brasil e o Carioca.

“Fora de campo”, Rodolfo Landim não se importa com a opinião pública. Faz o que acredita ser o certo. A começar pela batalha com a TV Globo por divergências no modelo de contrato pelos direitos de transmissão do Campeonato Carioca. E a briga promete se estender por muito tempo. Afinal, ele entende que a emissora tenta enriquecer indevidamente às custas do clube.

Landim foi autoritário em relação à premiação da final do Mundial de Clubes. Os jogadores abriram mão de 30% do bônus que teriam direito por vencer a Libertadores e o Campeonato Brasileiro. A imposição gerou grande desgaste no elenco, mas as partes não comentaram publicamente o assunto. Afinal, quem se coloca contra o dirigente é degolado na primeira oportunidade.

Antes da pandemia, o Flamengo a meta audaciosa de arrecadar mais de R$ 1 bilhão com venda de jogadores, premiações por títulos, patrocinadores, ações de marketing, impulsionamento da marca nas redes sociais e comercialização de produtos licenciados. A mentalidade corporativista, porém, fez o clube demitir 62 funcionários do Centro de Treinamentos George Helal.

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Rodolfo Landim com Rubens Lopes
Rodolfo Landim tem Rubens Lopes como aliado pela volta do Campeonato Carioca
(Foto: Alexandre Vidal /Flamengo)

Para evitar um déficit no “Flamengo S/A”, Rodolfo Landim liderou o movimento pelo retorno do Campeonato Carioca. Ele, nesse ínterim, conseguiu a adesão do presidente do Vasco, Alexandre Campello, do presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio, Rubens Lopes, e dos oito clubes de menor investimento que disputam o torneio.

Rodolfo Landim foi até Brasília se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro. Conseguiu uma reunião, para conseguir a adesão necessária para forçar o Governo e a Prefeitura do Rio para liberar a volta do futebol. O Flamengo enfrentou o Bangu na última quinta-feira, enquanto o Vasco enfrenta o Macaé na próxima quarta-feira. Mas Botafogo e Fluminense se recusam a entrar em campo.

O presidente do Flamengo quer a manutenção dos treinamentos, a volta do Campeonato Carioca e o início do Campeonato Brasileiro. Por outro lado, a Confederação Brasileira de Futebol endossa a iniciativa do dirigente. Mas se blinda quando a imagem da instituição é atingida pela opinião pública.

Rodolfo Landim segue firme. Imparável. Sem limites. E não vai recuar. Não está preocupado com as críticas. Ele vestiu a farda e foi a guerra. E que se dane-se o futebol brasileiro!

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*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Esporte News Mundo*

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