Futebol americano

Super Bowl LVI: o caminho dos improváveis finalistas da NFL

Foto: Divulgação / NFL

No próximo domingo, 13 de fevereiro, todo os Estados Unidos e boa parte do planeta irá voltar os olhos para o principal evento anual do esporte americano: o Super Bowl. Em sua 56ª edição, os protagonistas da final da NFL serão Los Angeles Rams (campeão da Conferência Nacional) e Cincinnati Bengals (campeão da Conferência Americana), que duelarão pelo cobiçado troféu Vince Lombardi por 60 minutos de jogo – divididos meio a meio por Dr. Dre, Snoop Dogg, Mary J. Blige, Eminem e Kendrick Lamar com o tradicional Halftime Show.

Em um ano marcado pelo retorno em massa dos torcedores aos estádios após a pandemia de Covid-19 ser controlada nos EUA, pela maior temporada da história da liga (17 jogos por equipe, totalizando 272 na temporada regular) e pelo melhor Draft de prospectos dos últimos 10 anos, o Super Bowl que coroará o ano de 2021 coloca frente a frente dois projetos que, embora diferentes, levaram os protagonistas ao mesmo destino: o palco da final, em Los Angeles.

O ‘All In’ dos Rams: a uma vitória de provar que investir em veteranos vale a pena
Pela segunda vez na história – e de forma consecutiva – uma equipe da NFL jogará o Super Bowl dentro de seus próprios domínios. Na temporada passada, a equipe a ‘quebrar a maldição’ foram os Buccaneers do lendário Tom Brady; Nesta, será o Los Angeles Rams do enfim exaltado Matthew Stafford. Após 12 temporadas de talento desperdiçado nos Lions, Stafford foi a principal movimentação na offseason da NFL e chegou para que potencializasse o ataque dos já competitivos Rams – limitados até então por Jared Goff, que foi para Detroit na troca.

A temporada regular dos Rams rendeu 12 vitórias e foi ótima nos dois extremos, com o único momento ruim durante todo o mês de novembro: três derrotas consecutivas (vs Titans, at 49ers e at Packers) e quando não perdeu esteve na bye week… Mas com consistência nos outros meses, classificaram-se aos playoffs e garantiram o título da NFC West apenas na última semana: apesar de outra derrota para os 49ers, a derrota dos Cardinals (responsáveis pela primeira das 5 derrotas) para os Seahawks foi suficiente para garantir a divisão à equipe do treinador Sean McVay.

Os playoffs dos Rams foram recheados de superações. Stafford, que nos Lions só havia 3 jogos (todos derrotas) em pós-temporadas, levou os Rams a 3 vitórias em apenas um ano na nova equipe. Além do quarterback veterano, também chegaram durante 2021 os astros Von Miller – para compor a defesa com Aaron Donald, Leonard Floyd e Jalen Ramsey – e Odell Beckham Jr, para dividir a atenção com o principal wide receiver do time e da NFL em 2021: Cooper Kupp.

– Na Rodada de Wild Card, o tira-teima com o Arizona Cardinals: vitória em casa por 34 a 11, mostrando a força de sua defesa, que aterrorizou o quarterback Kyler Murray o jogo todo;
– Na Rodada Divisional, o embate contra os atuais campeões da liga Tampa Bay Buccaneers: vitória fora de casa por 30 a 27 em uma partida que, apesar do susto levado, a resiliência para segurar Tom Brady (carrasco da equipe em dois Super Bowls) foi imensa e fortalecedora;
– Na Final da NFC, o temido San Francisco 49ers, que varreu (venceu duas vezes) os Rams nas últimas três temporadas. Vitória em casa por 20 a 17, de virada, logo no jogo que mais importava na (agora) antiga freguesia, e carimbar com moral a passagem para decidir o Super Bowl LVI contra…

…A dupla novata dos Bengals: maior surpresa do ano prova que Draft também vale a pena
No outro extremo do sucesso, a juventude do Cincinnati Bengals de 2021 contrasta com a experiência dos Rams e mostra que não se incomoda em estar na divisão mais imprevisível da NFL. Steelers defendendo o título da AFC North, Ravens de Lamar Jackson vencendo seus nêmesis, Browns candidatos ao Super Bowl após uma boa offseason: nada incomodou os Bengals – apesar de serem varridos pelos rivais de Ohio (2 das 7 derrotas), conseguiram a façanha de varrer os rivais de Pittsburgh e Baltimore e, assim, conseguir 4 das 10 vitórias no ano, suficientes para vencer a divisão após 6 temporadas.

Os Bengals começaram a temporada com desconfiança após o draft de Ja’Marr Chase, parceiro do quarterback Joe Burrow no College, ao invés do tackle Penei Sewell para proteger seu principal jogador. De fato, Burrow foi o quarterback mais sackado da temporada regular (51), mas ainda encontrou maneiras de vencer jogos quando mais precisava – principalmente contra seus rivais de divisão e contra os Chiefs, no jogo que garantiu o título da AFC North – além de incendiar a dupla Burrow-Chase novamente, que levou LSU ao título universitário em 2019.

Os playoffs dos Bengals também foram recheados de superações. A piada que dizia “Os Bengals nunca enviaram uma mensagem de texto dizendo que venceram um jogo de playoffs” deixou de existir. Além da jovem dupla de ataque, os defensores Trey Hendrickson, Vonn Bell e Eli Apple, as outras peças ofensivas Joe Mixon, Tyler Boyd, Tee Higgins e C.J. Uzomah e o kicker Evan McPherson foram fundamentais na campanha que coroou o trabalho do, até então contestado, treinador Zac Taylor – que é marcado por fazer ajustes precisos nos intervalos quando atrás no placar.

– Na Rodada de Wild Card, o reencontro com o Las Vegas Raiders, mas com o mando de campo invertido. Porém, novamente vitória: 26 a 19 em casa, com sufoco até o último lance, mas que culminou na primeira vitória em playoffs dos Bengals desde 1990;
– Na Rodada Divisional, o também surpreendente Tennessee Titans, que por algum motivo foi a melhor campanha da AFC e tinha a volta de Derrick Henry. Vitória fora de casa por 19 a 16, com Joe Burrow vencendo apesar de sofrer NOVE sacks e McPherson decidindo no último lance. Primeira vitória da franquia como visitante em playoffs;
– Na Final da AFC, o reencontro com o poderoso Kansas City Chiefs. Roteiro parecido, resultado o mesmo: vitória na prorrogação por 27 a 24, após recuperar de um 21 a 3 e anular Patrick Mahomes no segundo tempo. Mais uma vez a perna de Evan McPherson foi decisiva, dessa vez para carimbar o passaporte à Califórnia.

Siga o Esporte News Mundo no TwitterFacebook e Instagram.

Este Super Bowl LVI sintetiza a temporada maluca que foi a de 2021. Os Rams mostram que são uma potência da NFC e que o risco caríssimo em investir nos medalhões já está rendendo resultados, enquanto os Bengals refletem o quanto a frieza de sua nova geração foi crucial para sobrepor ao imprevisível que assombrou a AFC do começo ao fim. Além disso, espera-se que os paradigmas sobre as montagens de elencos sejam descartados, afinal, dá para chegar na ‘terra prometida’ por qualquer caminho: no fim das contas, o maior adversário são os próprios limites.

Super Bowl LVI – Los Angeles Rams vs Cincinnati Bengals
Local: SoFi Stadium, Inglewood, CA; Data: 13 de fevereiro de 2022; Horário: 20h30 (GMT-3, Brasília)
Transmissão: ESPN, Rede TV! e Game Pass; Cobertura completa no Esporte News Mundo

Quer ficar por dentro de tudo dos esportes americanos? Siga o Podcast Timeout no Spotify!

Clique para comentar

Comente esta reportagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

As últimas

Para o Topo